O Banco
Central do Brasil anunciou um conjunto de medidas para ampliar a oferta e o
acesso ao crédito aos segmentos de micro, pequenas e médias empresas. O
objetivo é atender a demanda crescente que ocorre em função dos efeitos econômicos
da pandemia do novo coronavírus.
Com a
iniciativa, a instituição busca dar um incentivo aos bancos para destravar o
crédito.
A avaliação
do Banco Central é de que os programas de liquidez e capital já anunciados
foram fundamentais para manter a dinâmica do mercado de crédito a empresas.
Porém, com a demanda crescente, nas últimas semanas o mercado de crédito deu
sinais de arrefecimento. Especialmente, o voltado para o segmento de micro,
pequenas e médias empresas que precisaria de novo impulso.
“O Banco
Central tem o entendimento de que as medidas serviram para manter o crédito
crescendo, mas também tem o entendimento de que grande parte dos recursos foram
para empresas grandes. Todas as medidas anunciadas hoje tem direcionamento para
pequenas, médias e microempresas”, disse o presidente do Banco Central, Roberto
Campos Neto.
Segundo ele,
a expectativa é que nessa nova rodada de medidas, os desembolsos ocorram mais
rapidamente. “O Banco Central não vai descansar enquanto não tiver certeza de
que fizemos todo o possível para que o crédito siga fluindo, chegue nas
pequenas e médias empresas e que a gente consiga garantir o crescimento do
crédito que é tão importante para a recuperação do crescimento do país”,
afirmou Roberto Campos Neto.
Medidas anunciadas
Mudança no
cumprimento de exigibilidade de depósitos compulsórios sobre depósitos de
poupança. Permite que os bancos descontem do compulsório os valores que foram
emprestados para empresas com faturamento anual de até R$ 50 milhões. Tem
potencial de liberação de recursos para operações de capital de giro e para
aplicações em Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE) de até R$ 55,8
bilhões.
Redução no
requerimento de capital nas exposições de DPGE. Medida que procura incentivar o
fluxo de recursos para garantir a liquidez das instituições financeiras de
pequeno porte. Potencial aumento da capacidade de concessão de crédito de até
R$ 12,7 bilhões.
Capital de
Giro para Preservação de Empresas. Obrigatoriedade de ser concessão de
empréstimo novo para micro, pequenas e médias empresas, com prazo mínimo de
três anos e carência de capital de seis meses, com risco de crédito integral da
instituição financeira. Potencial de concessão de R$ 127 bilhões em novos
empréstimos.
Imóvel como
garantia de mais de um empréstimo. Medida que beneficia pessoas físicas. Torna
possível pegar de volta como empréstimo parte que foi pago no financiamento
imobiliário. O valor pode ser gasto a escolha do tomador. O volume potencial de
crédito é de R$ 60 bilhões.
Compra de
títulos privados no mercado secundário. Ação para dar mais liquidez ao sistema
financeiro e empresas.
Redução do
requerimento de capital das instituições de menor porte. Tem o objetivo de
garantir mais capital para o sistema bancário e beneficiar principalmente
cooperativas e outras instituições pequenas. O potencial de aumento da
capacidade de concessão de crédito é de até R$ 16,5 bilhões.
Fonte: Governo do
Brasil