A vacinação
contra a covid-19 pode começar no dia 20 de janeiro, segundo o Ministério da
Saúde. Se não for possível, em um cenário “médio”, a imunização poderia ter início
entre esta data e 10 de fevereiro. Em um cenário menos favorável, a vacinação
no Brasil poderá ocorrer a partir de 10 de fevereiro.
A projeção
foi apresentada pelo secretário executivo da pasta, Élcio Franco, em entrevista
coletiva hoje (29) na sede do órgão, em Brasília. Franco destacou que o melhor
cenário depende de uma conjunção de aspectos, especialmente dos laboratórios
com vacinas em desenvolvimento cumprirem os requisitos de registro, seja
emergencial ou definitivo.
“Isso [a
vacinação no dia 20 de janeiro] vai depender de uma série de fatores, inclusive
de logística, e dos laboratórios estarem em dia com o seu processo de submissão
contínua e do processo de registro com a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Não depende de nós, depende
do laboratório cumprir com a sua parte”, declarou.
Países como
Estados Unidos, Reino Unido e nações da União Europeia já iniciaram planos de
imunização contra a covid-19. Na América do Sul, a Argentina começou a aplicar
um imunizante contra a doença em públicos prioritários.
Uma das
opções cogitadas pelo Ministério da Saúde para a imunização da população
brasileira é a vacina desenvolvida pela Pfizer - já autorizada nos Estados
Unidos e na Europa. Mas até agora a empresa não deu entrada no pedido de
autorização emergencial.
Ontem, a
farmacêutica divulgou nota na qual afirmou que participou de reunião com a
Anvisa no dia 14 de dezembro para “esclarecer dúvidas sobre o processo de
submissão para uso emergencial” e que a solicitação não ocorreu até agora
porque as “condições estabelecidas pela agência requerem análises específica
para o Brasil, o que leva mais tempo de preparação.”
Segundo a
Pfizer, entre as condições exigidas estaria o levantamento de dados sobre
aplicação da vacina em brasileiros. Em agências de outros países, acrescentou a
nota da empresa, a análise não faz distinções entre populações específicas.
A Pfizer
argumentou que o processo demanda apresentação do quantitativo de doses, o que
só poderia ser definido após a celebração de um contrato definitivo.
Registro de vacinas
O secretário
executivo do Ministério da Saúde afirmou que a equipe está à disposição da
Pfizer, ou outras empresas, para esclarecimentos sobre informações que
facilitem a solicitação do registro.
Entretanto,
Élcio Franco ponderou que o contrato mencionado pela farmacêutica só poderá ser
celebrado após a autorização pela Anvisa. “Não temos criado nenhuma
dificuldade, apenas primamos pela segurança e legalidade. O que temos pedido
desde o início de dezembro é que elas solicitem o registro. Esta é a condição
para adquirir. Se falta algum dado ela não nos solicitou.”
Quanto às
demais empresas que desenvolvem imunizantes, os representantes do Ministério da
Saúde informaram que solicitaram a elas que encaminhem os pedidos de registro à
Anvisa. Segundo Élcio Franco, o Instituto Gamaleya, responsável pela vacina
russa Sputinik V, informou que vai começar a fase 3 de estudos, o que
possibilitaria a solicitação para uso emergencial.
Já a vacina
da Universidade de Oxford e da Astrazeneca concluiu a fase 3 e está “em vias”
de apresentar o registro. Neste caso, o governo já celebrou um acordo de
encomenda tecnológica para produção pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Fonte: Agência Brasil